A Central Estadual de Transplantes (CET-PR), vinculada ao Governo do Paraná,
coordenou neste último fim de semana a maior operação já realizada no Estado
para a captação, transporte e transplante de órgãos. Somente entre quinta (26) e
sexta-feira (27), foram seis captações de múltiplos órgãos em diversas regiões,
o que possibilitou o atendimento de pelo menos 27 pacientes na fila de espera
por um transplante no Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul.
Entre os órgãos captados estão rins, fígados, córneas e valvas cardíacas. A ação mobilizou mais de 180 pessoas, entre profissionais das equipes transplantadoras, hospitais, comissões de procura de órgãos, Central Estadual de Transplantes, além de outros colaboradores envolvidos no processo de transporte de órgãos.
Segundo o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, o sucesso da megaoperação demonstra o quanto o sistema paranaense de captação e transplantes de órgãos é robusto. “Criamos um protocolo bastante eficaz que organiza todo o processo, desde a identificação de um potencial doador até a concretização do transplante. Contudo, isso só é possível graças ao empenho e preparo técnico dos nossos profissionais que atuam nesta área”, afirmou.
Na quinta-feira, as doações ocorreram no Hospital do Coração de Londrina e na Santa Casa de Paranavaí. Na sexta, as captações foram no Hospital Marcelino Champagnat (Curitiba), na Policlínica de Pato Branco, na Santa Casa de Londrina e no Hospital Metropolitano de Sarandi. Devido à necessidade de exames de compatibilidade, os procedimentos de transplante se estenderam de quinta a sábado (28).
Durante todo o fim de semana, a Central Estadual de Transplantes trabalhou em regime de plantão especial para que tudo ocorresse dentro do planejado e nenhum órgão fosse perdido. “Temos que destacar a importância de cada um dos profissionais que participaram desta megaoperação. Foram dias e noites de trabalho intenso e que felizmente resultaram em dezenas de vidas salvas”, explicou a diretora da CET-PR, Arlene Badoch.
Uma das pacientes beneficiadas foi Ivanete Goes, de 44 anos, moradora de São José dos Pinhais. Ela passou por um transplante de rim neste sábado no Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, após cinco meses na fila de espera.
De acordo com seu esposo, Aníbal Rossiani Matos, Ivanete se recupera bem e toda família está confiante que ela possa voltar a ter uma vida normal. “Ficamos muito felizes em saber que haviam encontrado um rim compatível. Só temos a agradecer a família que mesmo em um momento de dor pôde fazer esse gesto tão importante que foi doar os órgãos de um ente querido”, ressaltou.
Aníbal disse ainda que os rins de sua esposa funcionavam com apenas 40% de sua capacidade e por isso ela precisava passar por constantes sessões de hemodiálise. “Foi um sofrimento para toda a família. Ela já não podia trabalhar, tinha dificuldade para tudo e agora esperamos que as coisas melhorem”, completou.
PASSO A PASSO - Todo processo de doação é iniciado pelas equipes das comissões intra-hospitalares de doação de órgãos, tecidos e transplantes, as chamadas CIHDOTT’s. São elas as responsáveis por identificar potenciais doadores, ou seja, pacientes graves que possam evoluir para um quadro de morte encefálica.
A partir do momento em que a morte encefálica é realmente confirmada, a equipe da CIHDOTT aborda a família do paciente, esclarece dúvidas e questiona se há a intenção de doar os órgãos de seu familiar falecido. “Por isso é tão importante que as pessoas expressem esse desejo de ser doador de órgãos aos seus familiares. Eles serão os únicos que poderão fazer valer a sua vontade após a morte”, alertou Badoch.
Caso haja autorização familiar, a CET-PR assume toda a função de organizar a logística para viabilizar a captação dos órgãos e a realização dos transplantes e inicia imediatamente a busca por potenciais receptores. A definição de quem receberá o órgão é feita a partir de uma série de critérios, entre eles a compatibilidade, as condições clínicas e o tempo do paciente dentro da fila de espera.
Equipes transplantadoras são deslocadas aos hospitais para retirada dos órgãos e posterior realização do transplante. Simultaneamente à captação dos órgãos, o receptor é chamado para o hospital em que está cadastrado, realiza os exames pré-operatórios e finalmente é submetido ao transplante.
Em transplantes de coração, por exemplo, o tempo entre a retirada do órgão no doador e o implante no receptor é de no máximo quatro horas. Isso acontece porque este é o prazo máximo que o órgão pode ser mantido em gelo sem que haja prejuízos ao receptor.
BALANÇO – No último balanço de transplantes, divulgado no mês de janeiro, o Estado do Paraná obteve um excelente resultado. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o número de doações concretizadas dobrou - passando de 12 para 24 - enquanto o número de transplantes aumentou em 85%, subindo de 21 para 39 procedimentos.
O aumento é fruto de um amplo trabalho de conscientização da população aliada à capacitação permanente das equipes envolvidas no processo de captação e transplantes. A estratégia adotada pelo Governo do Estado permitiu que o Paraná saltasse do décimo para o terceiro lugar no ranking de Estados com os melhores desempenhos no setor de transplantes. Uma das ações foi a ampliação do uso da frota aérea estadual para o transporte de órgãos e equipes médicas.
FILA – Atualmente, a lista de espera por um transplante de órgão no Paraná tem 2.148 pacientes cadastrados. Destes, 1.556 já estão totalmente aptos a serem submetidos ao procedimento. Os outros 592 ainda são considerados receptadores inativos, pois precisam de exames complementares ou não têm condições clínicas para o transplante.
A maior demanda é por transplantes de rim, com 1.119 pacientes ativos na fila. Em seguida, vêm os pacientes que necessitam de córnea (289), fígado (102) e coração (38).
Entre os órgãos captados estão rins, fígados, córneas e valvas cardíacas. A ação mobilizou mais de 180 pessoas, entre profissionais das equipes transplantadoras, hospitais, comissões de procura de órgãos, Central Estadual de Transplantes, além de outros colaboradores envolvidos no processo de transporte de órgãos.
Segundo o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, o sucesso da megaoperação demonstra o quanto o sistema paranaense de captação e transplantes de órgãos é robusto. “Criamos um protocolo bastante eficaz que organiza todo o processo, desde a identificação de um potencial doador até a concretização do transplante. Contudo, isso só é possível graças ao empenho e preparo técnico dos nossos profissionais que atuam nesta área”, afirmou.
Na quinta-feira, as doações ocorreram no Hospital do Coração de Londrina e na Santa Casa de Paranavaí. Na sexta, as captações foram no Hospital Marcelino Champagnat (Curitiba), na Policlínica de Pato Branco, na Santa Casa de Londrina e no Hospital Metropolitano de Sarandi. Devido à necessidade de exames de compatibilidade, os procedimentos de transplante se estenderam de quinta a sábado (28).
Durante todo o fim de semana, a Central Estadual de Transplantes trabalhou em regime de plantão especial para que tudo ocorresse dentro do planejado e nenhum órgão fosse perdido. “Temos que destacar a importância de cada um dos profissionais que participaram desta megaoperação. Foram dias e noites de trabalho intenso e que felizmente resultaram em dezenas de vidas salvas”, explicou a diretora da CET-PR, Arlene Badoch.
Uma das pacientes beneficiadas foi Ivanete Goes, de 44 anos, moradora de São José dos Pinhais. Ela passou por um transplante de rim neste sábado no Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, após cinco meses na fila de espera.
De acordo com seu esposo, Aníbal Rossiani Matos, Ivanete se recupera bem e toda família está confiante que ela possa voltar a ter uma vida normal. “Ficamos muito felizes em saber que haviam encontrado um rim compatível. Só temos a agradecer a família que mesmo em um momento de dor pôde fazer esse gesto tão importante que foi doar os órgãos de um ente querido”, ressaltou.
Aníbal disse ainda que os rins de sua esposa funcionavam com apenas 40% de sua capacidade e por isso ela precisava passar por constantes sessões de hemodiálise. “Foi um sofrimento para toda a família. Ela já não podia trabalhar, tinha dificuldade para tudo e agora esperamos que as coisas melhorem”, completou.
PASSO A PASSO - Todo processo de doação é iniciado pelas equipes das comissões intra-hospitalares de doação de órgãos, tecidos e transplantes, as chamadas CIHDOTT’s. São elas as responsáveis por identificar potenciais doadores, ou seja, pacientes graves que possam evoluir para um quadro de morte encefálica.
A partir do momento em que a morte encefálica é realmente confirmada, a equipe da CIHDOTT aborda a família do paciente, esclarece dúvidas e questiona se há a intenção de doar os órgãos de seu familiar falecido. “Por isso é tão importante que as pessoas expressem esse desejo de ser doador de órgãos aos seus familiares. Eles serão os únicos que poderão fazer valer a sua vontade após a morte”, alertou Badoch.
Caso haja autorização familiar, a CET-PR assume toda a função de organizar a logística para viabilizar a captação dos órgãos e a realização dos transplantes e inicia imediatamente a busca por potenciais receptores. A definição de quem receberá o órgão é feita a partir de uma série de critérios, entre eles a compatibilidade, as condições clínicas e o tempo do paciente dentro da fila de espera.
Equipes transplantadoras são deslocadas aos hospitais para retirada dos órgãos e posterior realização do transplante. Simultaneamente à captação dos órgãos, o receptor é chamado para o hospital em que está cadastrado, realiza os exames pré-operatórios e finalmente é submetido ao transplante.
Em transplantes de coração, por exemplo, o tempo entre a retirada do órgão no doador e o implante no receptor é de no máximo quatro horas. Isso acontece porque este é o prazo máximo que o órgão pode ser mantido em gelo sem que haja prejuízos ao receptor.
BALANÇO – No último balanço de transplantes, divulgado no mês de janeiro, o Estado do Paraná obteve um excelente resultado. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o número de doações concretizadas dobrou - passando de 12 para 24 - enquanto o número de transplantes aumentou em 85%, subindo de 21 para 39 procedimentos.
O aumento é fruto de um amplo trabalho de conscientização da população aliada à capacitação permanente das equipes envolvidas no processo de captação e transplantes. A estratégia adotada pelo Governo do Estado permitiu que o Paraná saltasse do décimo para o terceiro lugar no ranking de Estados com os melhores desempenhos no setor de transplantes. Uma das ações foi a ampliação do uso da frota aérea estadual para o transporte de órgãos e equipes médicas.
FILA – Atualmente, a lista de espera por um transplante de órgão no Paraná tem 2.148 pacientes cadastrados. Destes, 1.556 já estão totalmente aptos a serem submetidos ao procedimento. Os outros 592 ainda são considerados receptadores inativos, pois precisam de exames complementares ou não têm condições clínicas para o transplante.
A maior demanda é por transplantes de rim, com 1.119 pacientes ativos na fila. Em seguida, vêm os pacientes que necessitam de córnea (289), fígado (102) e coração (38).
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