O município de Andirá tem um caso suspeito de HANTAVIROSE, doença transmitida pelo Rato de Arroz ou Rato de Taquara.
Hantavirose é uma enfermidade aguda, bastante grave, de distribuição universal, provocada por diferentes sorotipos de Hantavirus
eliminados nas fezes, urina e saliva de roedores silvestres. Na maior
parte dos casos, a transmissão para o homem se dá em ambientes fechados
pela inalação de aerossóis (partículas suspensas na poeira) provenientes
das secreções e excretas dos hospedeiros, que funcionam como
reservatórios do vírus. Ela pode também ocorrer pelo contato direto com
esse material infectado ou através de ferimentos na pele, assim como
pela ingestão de água ou alimentos contaminados. Embora menos frequente,
mordeduras desses animais são outra forma possível de contágio. A
hantavirose é uma doença de notificação compulsória e de investigação
epidemiológica obrigatória. O objetivo é localizar os focos de
transmissão dessa doença de distribuição universal, e implantar medidas
de controle da zoonose e de tratamento das pessoas já infectadas.
A hantavirose pode manifestar-se como uma doença febril, aguda e
inespecífica ou sob formas mais graves como a febre hemorrágica com
síndrome renal (FHSR), prevalente na Europa e Ásia, e a síndrome
pulmonar por hantavirose (HPS), com maior incidência nas Américas, onde o
número de casos, muitos deles letais, tem aumentado nos últimos tempos.
Grupos de risco
São considerados grupos de risco para as hantaviroses: os moradores
das áreas rurais, especialmente os envolvidos em atividades
agropecuárias e de reflorestamento, os trabalhadores encarregados da
limpeza de paióis, celeiros e galpões para o armazenamento de alimentos e
ração. Fazem parte também do grupo de risco as pessoas que fazem
trilhas ou acampam nas matas.
Sintomas
O período de incubação pode variar de5 a60 dias. Em parte dos casos, a
hantavirose pode ser assintomática. Prova disso é a presença de
anticorpos circulantes em portadores do vírus que nunca manifestaram
sinais da doença. Nos outros casos, nas fases iniciais, os principais
sintomas são febre alta e dores musculares (mialgias), dor de cabeça,
náuseas, vômitos e diarreia. Alguns sintomas de instalação súbita são
mais específicos da SHFR: aumento da ureia no sangue (uremia),
diminuição na produção de urina (oligúria), sangramentos gengivais,
petéquias (pequenas manchas avermelhadas ou arroxeadas pelo corpo),
insuficiência renal e choque (queda de pressão que causa comprometimento
do funcionamento normal dos órgãos). Tosse seca, falta de ar
(dispneia), hipotensão arterial, insuficiência respiratória causada pelo
acúmulo de líquido nos pulmões (edema) e colapso circulatório são
característicos da síndrome cardiopulmonar por hantavirus.
Diagnóstico
O diagnóstico considera as queixas e sintomas do paciente e as
condições do local que visitou recentemente ou onde vive e trabalha. A
confirmação, porém, depende dos resultados de exames que detectam
anticorpos produzidos pelo organismo contra o hantavírus, como o
ELISA IgM e IgG, a imunofluorescência indireta, neutralização,
hemaglutinação passiva, western-blot, PCR e coloração imuno-histoquímica
Prevenção
Não existe vacina contra a hantavirose, uma doença emergente, mas pouco conhecida. Até
o momento, a prevenção baseia-se na implementação de medidas que
impeçam o contato do homem com os roedores e suas excretas. Para tanto, é
preciso adotar práticas de higiene, saneamento e manejo ambiental que
impeçam a aproximação desses animais e revertam em condições mais
adequadas de moradias e dos locais de trabalho, especialmente para as
populações de maior risco.
Tratamento
Não existe tratamento específico para nenhuma das formas de hantavirose. As
alternativas terapêuticas limitam-se à introdução de medidas de suporte
na fase aguda em ambiente hospitalar, preferivelmente em UTIs.
Apesar do risco de morte que representa, a hantavirose pode ser curada
desde que o diagnóstico seja feito precocemente e os pacientes recebam
os cuidados necessários sem perda de tempo.
Recomendações
* Saiba que o hantavirus é inativado em
poucas horas quando exposto ao sol. Por isso, antes de entrar num local
que fica permanentemente fechado, a pessoa deve abrir portas e janelas
para promover a entrada de ar e luz solar;
* Nunca varra ou espane os lugares que possam servir de habitat ou
passagem para os roedores. A limpeza deve ser feita sempre com panos
úmidos embebidos em desinfetantes;
* Estoque os alimentos em utensílios fechados e lave pratos e talheres logo depois de usá-los;
* Tome todo o cuidado se pretende acampar. Arme a barraca com fundo impermeável numa clareira afastada da mata;
* Mantenha a área ao redor das casas sempre limpas e livres de vegetação que possa abrigar roedores;
* Certifique-se de que o lixo está sendo descartado de modo adequado;
* Mantenha as mãos sempre limpas e bem lavadas.
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